Médiuns intuitivos
A transmissão do pensamento tem lugar também por meio do Espírito do médium, ou melhor, de sua alma, já que damos esse nome ao Espírito encarnado. O Espírito estranho, no caso, não age sobre a mão para fazê-la escrever, não a segura, não a guia, age sobre a alma com a qual se identifica. A alma sob esse impulso dirige a mão e a mão dirige o lápis.
Notemos aqui uma coisa importante saber, é que o Espírito comunicante não substitui a alma do médium, porque não saberia deslocá-la; ele a domina e, à revelia dela, impõe-lhe sua vontade.
Nessa circunstância, o papel da alma não é absolutamente passivo; é ela que recebe o pensamento do Espírito e o transmite. Nessa situação, o médium tem consciência do que escreve, ainda que não seja seu próprio pensamento; é o que se chama de médium intuitivo.
Segunda Parte – Capítulo XV
Assim sendo, dirão, nada prova que seja um Espírito estranho quem escreve, não o do médium. A distinção é, com efeito, algumas vezes bem difícil de fazer, mas isso pouco importa. Entretanto, pode-se reconhecer que o pensamento sugerido nunca é preconcebido; ele nasce à medida que se escreve.
Frequentemente é contrário à ideia anterior que se tinha formado; pode estar além dos conhecimentos e das capacidades do médium.
O papel do médium mecânico é aquele de uma máquina; o intuitivo age como o faria um intérprete. Este, para transmitir o pensamento, deve compreendê-lo, assimilá-lo de alguma maneira para poder traduzir com fidelidade.
Esse pensamento não é seu; apenas atravessa seu cérebro. Este é exatamente o papel do médium intuitivo.
0 comentário