Evolvido e Involuído – Livro: A grande batalha – Autor: Pietro Ubaldi. Constitui fato de aceitação universal a existência de diferença no desenvolvimento dos variados tipos humanos.
Esse fato é de verificação fácil devido ao fenômeno da evolução, em cujo desenvolvimento os diversos indivíduos vêm a encontrar-se em posição mais ou menos avançada, de conformidade com o caminho que hajam percorrido. É assim que, no plano humano, encontramos quem mais progrediu e quem está mais atrasado e achamos a sua causa.
Vai-se desse modo, do gênio, santo, super-homem, para baixo até ao delinqüente, ao selvagem, ao primitivo, próximo do símio.
Natural é, pois, que cada um desses tipos apresente, na vida, comportamento correspondente ao nível evolutivo alcançado. Os instintos, ou origem dos seus movimentos, hão de ser diversos de indivíduo para
indivíduo, conforme uma sua própria maneira de entender a vida.
Cada qual a viverá de acordo com uma sua filosofia própria, que forma o seu particular ponto de vista, provinda de sua própria natureza, e da qual decorre um seu modo de conceber, julgar e agir.
Eis, então, como, dada a convivência em sociedade, entre indivíduos de grau de evolução diferente, existem antagonismos de tipo biológico, isto é, centrastes entre os mais e os menos evolvidos, uma vez que se trata de indivíduos que, em seus instintos e modo de agir e de entender a vida, podem achar-se nos antípodas.
Pode-se, assim, chegar a uma inconciliabilidade absoluta, como se verifica com os selvagens, completamente inadaptados à vida civil, e com os criminosos, banidos de nossa sociedade pelas leis. Todavia, entre esses extremos, há infinidade de gradações menores, das quais decorrem maiores ou menores incompatibilidades a serem sofridas pela comunidade da vida social.
Disto podem originar-se diferenças geradoras de contrastes, atritos, lutas, derivantes da maior ou menor evolução dos indivíduos, eis que os imergidos ainda no passado não conseguirão estar acordes com os que, por terem mais progredido, pertencem ao futuro.
Então, no mesmo terreno da convivência social, passado e futuro da evolução encontrar-seão em luta, cada um querendo impor ao outro o seu método de vida.
Entre esses dois extremos a sociedade humana equilibrou-se numa posição mediana de compromisso, adaptada à média constituída pela maioria, que formou, assim, uma ética, usos, costumes e leis conformados aos instintos dominantes, à sensibilidade geral, ao comum entendimento da vida.
E, naturalmente, dentro dessa ética, dessas leis e desses costumes, encontrar-se-ão em dificuldade assim os poucos como os mais evolvidos, os primeiros por deficiência, os segundos por excesso.
A medida com que tudo se afete é diferente para todos eles, e por isso é que o seu enquadramento no esquema geral torna-se dificílimo.
Interessante tomar-se-á observar este contraste, e ele mostrarnos-á a arquitetura do fenômeno da evolução a par dos diversos estilos em movimento nos planos diferentes em que o homem caminha. Aparecerão, dessa observação, dois mundos diversos, o do baixo e o do alto, e dar-senos-á a visão do progresso que vai do primeiro ao segundo.
Deixaremos de lado os graus ínfimos da… Evolução, os dos selvagens e os dos criminosos, que nada poderão contribuir para o nosso objetivo: caminhar para o alto. Ocupar-nos-á, mais, o estudo da minoria situada no pólo oposto — o da evolução, porque, sendo ela mais evoluída, poderá oferecer-nos novas modalidades.
De pensamento e de ação. Útil se nos afigura conhecê-las, eis que representam formas de vida mais elevadas, onde se encontra a solução de muitos dos. Nossos problemas, que a sociedade atual com a. sua forma mental não conseguiu resolver.
Oferecem-se, desse lado, possibilidades, de eliminar muitos desastres e tantas dores oriundas de nosso errado modo de pensar e de agir, filho de nossa ignorância das leis da vida nos planos superiores…
Será este o argumento. Que desenvolveremos neste volume. A sua base é positiva e científica: o fenômeno da evolução, universalmente aceito. Estudá-lo-emos, especial e particularmente, procurando o seu telefinalismo último que o conduz para formas de vida que o materialismo científico não conseguiu ainda enxergar: formas de espiritualidade, nas quais verificaremos como, depois da.
Evolução darwiniana, o processo ascensional da vida possa encontrar a. sua única possível continuação. Percorrendo os mesmos caminhos da ciência, conseguiremos, assim, levá-la ao terreno da ética, da filosofia e das religiões, para alcançar uma nova moral mais evoluída, com base numa nova concepção positiva da vida.
Para tornar mais evidente o nosso estudo, colocaremos em confronto dois tipos biológicos nitidamente individuáveis: de um lado. O biótipo mais adiantado, que vive em planos de evolução mais elevados que a média, o homem guiado pelo conhecimento que lhe vem da inteligência e da espiritualidade, o homem que vive na ordem por ter alcançado a consciência da lei: de Deus.
Biótipo não comum, mas que já tem aparecido muitas vezes. Na terra, onde hão é totalmente desconhecido. Denominaremos este tipo o evolvido. De outro lado colocaremos o biótipo comum, menos adiantado, o homem que, não obstante envernizado de civilização, vive ainda no plano animal, do qual vemos aflorar nele os instintos, que continuam a formar a base da sua personalidade; homem ainda submetido à lei animal da luta pela seleção do mais forte, dirigido, acima de tudo, pelos instintos da fome
e do amor, individualista egocêntrico, ainda inepto ao enquadramento numa ordem coletiva, na qual, viver-se-ia na forma de sociedade orgânica.
Homem regido em substância, além das aparências, por uma moral formada, em sua realidade, por interesses egoístas e por, uma tábua de valores em cujo ápice encontra-se o vencedor a quem pertencem todos os direitos, enquanto ao vencido cabem todos os deveres.
Com isto não pretendemos condenar; efetuamos apenas, verificações a fim de estudo. A este tipo biológico, regido pelos seus instintos, filhos do passado, e não pelo conhecimento que a grande massa humana ainda não possui,
O denominaremos, o involuído, para, distinguí-lo do outro tipo.
Com isto procuramos personificar o ser humano em duas formas de biótipo bem definido, para alcançarmos uma maior clareza de conceitos e para podermos, com a contraposição da modelos opostos, obter o claroescuro, que faça ressaltar melhor o contraste e, com maior nitidez, aqueles conceitos, apresentando-os, assim, mais, ao vivo porque apresentados como personalizadores da psicologia e modos de comportamento dos dois tipos.
Não quer isto dizer que todos sejam exclusivamente de um ou de outro tipo. As gradações, na pratica, são inúmeras; na maioria dos casos nunca se encontra o tipo evolvido ou involuído absoluto, mas há sempre tipos intermediários, em que predominam, em porcentagens diversas, as características de um ou do outro. Este estudo, pois; não é uma acusação, mas quer ser objetivo, e tem finalidade de compreender o nosso mundo.
Poderemos, desse modo, vê-lo com outro olhar, qual pode aparecer quando observado de um ponto mais alto da evolução, condição utilíssima da qual poderemos colher a orientação de que carecemos, vendo defeitos e erros que o nosso mundo está pagando com a moeda caríssima da dor.
Compreendendo como nossa conduta seja quase sempre errônea, estaremos aptos a encontrar a saída de tantos desastres que, até agora, estamos fabricando com nossas próprias mãos pela nossa ignorância das leis da vida.
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1 comentário
Qual acontece entre os homens... - Auta de Souza · 16 de setembro, 2022 às 14:36
[…] EVOLVIDO E INVOLUÍDO […]