E os fins? Livro: Pão Nosso, volume 2, de Emmanuel, psicografado por Chico Xavier. Pág. 39

“Mas nem todas as coisas edificam.” Paulo (I Coríntios, 10:23)

Sempre existiram homens indefiníveis que, se não fizeram mal a ninguém, igualmente não beneficiaram a pessoa alguma. Examinadas nesse mesmo prisma, as coisas do caminho precisam interpretação sensata, para que se não percam na inutilidade.

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É lícito ao homem dedicar-­se à literatura ou aos negócios honestos do mundo e ninguém poderá contestar o caráter louvável dos que escolhem, conscientemente, a linha de ação individual no serviço útil.

Entretanto, será justo conhecer os fins daquele que escreve ou os propósitos de quem negocia. De que valerá ao primeiro a produção de longas obras, cheias de lavores verbais e de arroubos teóricos, se as suas palavras permanecem vazias de pensamento construtivo para o plano eterno da alma?

Em que aproveitará ao comerciante a fortuna imensa, conquistada através da operosidade e do cálculo, quando vive estagnada nos cofres, aguardando os desvarios dos descendentes?

Em ambas as situações, não se poderia dizer que tais homens cogitavam de realizações ilícitas; todavia, perderam tempo precioso, esquecendo que as menores coisas trazem finalidade edificante.

O trabalhador cônscio das responsabilidades que lhe competem não se desvia dos caminhos retos. Há muita aflição e amargura nas oficinas do aperfeiçoamento terrestre, porque os seus servidores cuidam, antes de tudo, dos ganhos de ordem material, olvidando os fins a que se destinam.

Enquanto isso ocorre, intensificam­-se projetos e experimentos, mas falta sempre a edificação justa e necessária.

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