Corações flagelados – Livro: Paulo e Estevão – Cap. l. A manhã enfeitava-se de muita alegria e de sol, mas as ruas centrais de Corinto estavam quase desertas.
No ar brincavam as mesmas brisas perfumadas, que sopravam de longe; entretanto, não se observava, na fisionomia suntuosa das vias públicas, o sorriso de suas crianças despreocupadas, nem o movimento habitual das liteiras de luxo, em seu giro costumeiro.
A cidade, reedificada por Júlio César, era a mais bela jóia da velha Acacia, servindo de capital à formosa pro víncia. Não se podia encontrar, na sua intimidade, o espírito helênico em sua pureza antiga, mesmo porque, depois de um século de lamentável abandono, após a destruição operada por Múmio, restaurando-a, o grande imperador transformara Corinto em colônia importante de romanos, para onde acorrera grande número de liber tos ansiosos de trabalho remunerador, ou proprietários de promissoras fortunas.
A estes, associara-se vasta corrente de israelitas e considerável percenta gem de filhos de outras raças que ali se aglomeravam, transformando a cidade em núcleo de convergência de todos os aventu reiros do Oriente e do Ocidente. Sua cultura estava muito distante das realizações intelectuais do gosto grego mais eminente, misturando-se, em suas praças, os templos mais diversos.
Obedecendo, talvez, a essa heterogeneidade de sentimentos, Corinto tornara-se famosa pelas tradições de libertinagem da grande maioria dos seus habitantes.
Os romanos lá encontravam campo largo para a s suas paixões, entregando-se, desvairadamente, ao venenoso perfume desse jardim de flores exóticas.
Ao lado dos aspectos soberbos e das pedrarias rutilantes, o pân tano das misérias morais exalava nauseante bafio. A tragédia foi sempre o preço doloroso dos prazeres fáceis. De quando em quando, os grandes escândalos reclamavam as grandes repressões.
Nesse ano de 34, a cidade em peso fora atormentada por violenta revolta dos escravos oprimidos.
Crimes tenebrosos foram perpetrados na sombra, exigindo severa s devassas. O Pró-consul não hesitara, ante a gravidade da situação.
Expedindo mensageiros oficiais, solicitara de Roma os recursos precisos. E os recursos não tardaram. Em breve, a galera das águias dominadoras, auxiliada por ventos favoráveis, trazia no bojo as autoridades da missão punitiva, cuja ação deveria esclarecer os acontecimentos.
Eis por que, nessa manhã radiosa e alegre, os edi fícios residenciais e as lojas do comércio apresentavam -se envolvidos em profundo silêncio, semicerrados e tristes. Os transeuntes eram raros, com exceção de vários magotes de soldados, que cruzavam as esquinas despreocupa dos e satisfeitos, como quem se entregava, de bom grado, ao sabor das novidades.
Já de alguns dias, um chefe romano, cujo nome se fazia acompanhar de sombrias tradições, fora recebido pela Corte Provincial, ali desempenhando as elevadas fünções de legado de César, cercado de grande número de agentes políticos e militares e estabelecendo o terror entre todas as classes, com os seus processos infamantes.
Licínio Minúcio chegara ao poder, mobilizando todos os recursos da intriga e da calúnia. Conseguindo voltar a Corinto, onde estacionara anos antes, sem maior auto ridade, tudo ousava agora….
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Os Bons Espíritas – O Evangelho Segundo o Espiritismo
4 comentários
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O Espiritismo não faz milagres - Livro: A Gênese - Auta de Souza · 21 de julho, 2022 às 23:31
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