AFEIÇÃO– Livro O Consolador: Simpatia e antipatia – Amizade – Instituto da família – Famílias espirituais – Chefe espiritual – Afinidade no plano invisível – Casar ou não casar – Manifestações de sensibilidade – A cóler a – O r emorso – O ciúme – Auto­educação nos problemas sexuais

173 – Como devemos entender a simpatia e a antipatia?

A simpatia e a antipatia têm as suas raízes profundas no Espírito, na sutilíssima entrosagem dos fluidos peculiares a cada um e, quase sempre, de modo geral, atestam uma renovação de sensações experimentadas pela criatura, desde o pretérito delituoso, em iguais circunstâncias. Devemos, porém, considerar que toda antipatia, aparentemente a mais justa, deve morrer para dar lugar à simpatia que edifica o coração para o trabalho
construtivo e legítimo da fraternidade.

174 – Poderemos obter uma definição da amizade?

Na gradação dos sentimentos humanos, a amizade sincera é bem o oásis de repouso para o caminheiro da vida, na sua jornada de aperfeiçoamento. Quem sabe ser amigo verdadeiro é, sempre, o emissário da ventura e da paz, alistando­se nas fileiras dos discípulos de Jesus, pela iluminação natural do Espírito que, conquistando as mais vastas simpatias entre os encarnados e as entidades bondosas do Invisível, sabe irradiar por toda parte as vibrações dos sentimentos purificadores. Ter amizade é ter coração que ama e esclarece, que compreende e perdoa, nas horas mais amargas da vida. Jesus é o Divino Amigo da Humanidade. Saibamos compreender a sua afeição sublime e transformaremos os nossos ambientes afetivos num oceano de paz e consolação perenes.

175 – O instituto da família é organizado no plano espiritual, antes de projetar­se na Terra?

O colégio familiar tem suas origens sagradas na esfera espiritual. Em seus laços reúnem­se todos aqueles que se comprometeram, no Além, a desenvolver na Terra uma tarefa construtiva de fraternidade real e definitiva. Preponderam nesse instituto divino os elos do amor, fundidos nas experiências de outras eras; todavia, aí acorrem igualmente os ódios e as perseguições do pretérito obscuro, a fim de se transfundirem em solidariedade fraternal, com vistas ao futuro. É nas dificuldades provadas em comum, nas dores e nas experiências recebidas na mesma estrada de evolução redentora, que se olvidam as amarguras do passado longínquo, transformando­-se todos os sentimentos inferiores em expressões regeneradas e santificadas. Purificadas as afeições, acima dos laços do sangue, o sagrado instituto da família se perpetua no Infinito, através dos laços imperecíveis do Espírito.

176 – As famílias espirituais no plano invisível são agrupadas em falanges e aumentam ou diminuem, como se verifica na Terra?

Os núcleos familiares do Além se agrupam, igualmente, em falanges, continuando aí a obra de iluminação e de redenção de alguns componentes dos grupos, elementos mais rebeldes ou estacionários, que são impelidos, pelos seus companheiros afins, aos esforços edificantes, na conquista do amor e da sabedoria. De maneira natural, todos esses núcleos se dilatam, à medida que se aproximam da compreensão do Onipotente, até alcançarem o luminoso plano de unificação divina, com as aquisições eternas e inalienáveis do Infinito.

177 – As famílias espirituais possuem também um chefe?

Todas as coletividades espirituais estão reunidas, em suas características familiares, pelas santas afinidades d’alma, e cada uma possui o seu grande mentor nos planos mais elevados, de onde promanam as substâncias eternas do amor e da sabedoria.

178 – Poderíamos receber algum esclarecimento sobre a lei das afinidades entre os Espíritos desencarnados?

Na Terra, as criaturas humanas muitas vezes revelam as suas afinidades nos interesses materiais, que podem dissimular a verdadeira posição moral da personalidade; no mundo dos Espíritos elevados, porém, as afinidades legítimas se revelam sem qualquer artifício, pelos sentimentos mais puros.

179 – No capítulo das afeições terrenas, o casar ou não casar está fora da vontade dos seres humanos?

Veja também: Reconciliação – Joanna de Ângelis

O matrimônio na Terra é sempre uma resultante de determinadas resoluções tomadas na vida do Infinito, antes da reencarnação dos Espíritos, seja por orientação dos mentores mais elevados, quando a entidade não possui a indispensável educação para manejar as suas próprias faculdades, ou em conseqüência de compromissos livremente assumidos pelas almas, antes de suas novas experiências no mundo; razão pela qual os consórcios humanos estão previstos na existência dos indivíduos, no quadro escuro das provas expiatórias, ou no acervo de valores das missões que regeneram e santificam.

180 – A indiferença nas manifestações de sensibilidade afetiva, dentro dos processos de evolução da vida na Terra, nas horas de dor e de alegria, é atitude justificável como medida de vigilância espiritual?

A indiferença que se traduz por cristalização dos sentimentos é sempre perigosa para a vida da alma; todavia, existem atitudes no domínio da exteriorização emocional que se justificam pela natureza de suas expressões educativas.


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