Vampirismo: o que é? O vampirismo na visão espírita em nada se relaciona com personagens fictícios, tão comuns em filmes e séries.
Na verdade, o termo não é usado por Allan Kardec nos textos codificados.
As obras básicas da Doutrina Espírita tratam o fenômeno como uma forma de obsessão.
Por isso, é importante saber de que maneira ocorre o processo obsessivo entre encarnados e desencarnados.
De acordo com o capítulo 23 de O Livro dos Médiuns, há três tipos de obsessão:
- Obsessão simples: ocorre quando um espírito fica próximo a uma pessoa, causando mal-estar. Às vezes, aquele mau humor repentino, cansaço ou pensamentos negativos são resultado da influência de espíritos. Esse tipo de obsessão pode ser momentânea e o espírito se afastar em seguida
- Fascinação: esta é um pouco mais grave, pois se trata de uma ilusão produzida diretamente na mente do obsidiado, que pode influenciar com ideias fixas, fantasias ou imagens hipnotizantes
- Subjugação: ocorre quando o espírito obsessor consegue paralisar o obsidiado, que passa a não conseguir mais agir por conta própria. O vampirismo pode estar ligado a esse tipo mais grave de obsessão.
Ou seja, é um parasitismo que se alimenta de nossa energia psíquica.
Há dois atores principais:
- O Espírito ocioso e aproveitador (vampirizador ou vampiro), que age ativamente
- O Obsidiado devedor ou negligente (vampirizado), que atua de forma passiva.
O vampirismo ocorre, principalmente, para satisfazer os vícios existentes no Espírito perturbador, antes do seu desencarne, pois mesmo após a morte do corpo físico, o espírito ainda pode sentir a necessidade de satisfazer desejos, como o uso das energias deletérias provenientes do tabaco e do álcool.
Então, esses espíritos obsessores se aproximam de pessoas que estejam utilizando essas substâncias para que possam vivenciar as sensações e os fluidos gerados pelo vício.
As principais obras de que tratam o assunto são: “Missionários da Luz”, “Libertação” e “Nos Domínios da Mediunidade”, todos do autor espiritual André Luiz e psicografados pelo médium Francisco Cândido Xavier.
Quando uma pessoa tem bons hábitos e vigia o pensamento para manter vibrações positivas, certamente, não irá atrair espíritos obsessores, afinal o vampirismo tem relação direta com o nosso comportamento.
Para se livrar de um vampiro espiritual, primeiro, é preciso ter ciência de que está sofrendo este tipo de obsessão.
Depois de identificar o problema, a mudança de hábitos é fundamental para que o espírito obsessor não encontre mais afinidade com a pessoa.
Assim, o vampiro espiritual pode perder o interesse, já que não encontra mais recursos para satisfazer as suas vontades.
A prece constante, a prática do Evangelho no Lar e tratamentos de desobsessão em um centro espírita de confiança são medidas importantes para interromper a vampirização.
Conheça algumas situações que provocam o fenômeno:
1. Vícios
O espírito desencarnado procura pessoas com as quais tenha afinidade e, assim, possa satisfazer vícios existentes antes do desencarne.
Por exemplo, quando uma pessoa é usuária de drogas, ela acaba por alimentar também o vício do espírito obsessor, que lhe suga as energias para saciar suas necessidades.
2. Vingança
O vampiro também é aquele espírito que se liga a encarnados por vingança e ódio.
3. Não aceitação do desencarne
Muitas vezes, espíritos que já se libertaram do corpo físico e ligam-se aos entes queridos encarnados também podem iniciar um processo de vampirização, mesmo que não tenham intenção de fazer o mal.
No Capítulo IV do livro “Missionários da Luz”, André Luiz recebe o esclarecimento sobre o fenômeno do Vampirismo dos instrutores espirituais:
“Nas moléstias da alma, como nas enfermidades do corpo físico, antes da afecção existe o ambiente. As ações produzem efeitos, os sentimentos geram criações, os pensamentos dão origem a formas e consequências de infinitas expressões.
A cólera, a desesperação, o ódio e o vício oferecem campo a perigosos germens psíquicos na esfera da alma.
E, qual acontece no terreno das enfermidades do corpo, o contágio aqui é fato consumado, desde que a imprevidência ou a necessidade de luta estabeleça ambiente propício, entre companheiros do mesmo nível.
Naturalmente, no campo da matéria mais grosseira, essa lei funciona com violência, enquanto, entre nós, se desenvolve com as modificações naturais. Aliás, não pode ser de outro modo, mesmo porque você não ignora que muita gente cultiva a vocação para o abismo.
Cada viciação particular da personalidade produz as formas sombrias que lhe são consequentes, e estas, como as plantas inferiores que se alastram no solo, por relaxamento do responsável, são extensivas às regiões próximas, onde não prevalece o espírito de vigilância e defesa. ”
Os vampiros de energia provocam sintomas que podem passar despercebidos em alguns casos.
Cansaço
Quando estamos sob influência de um vampiro, podemos nos sentir-se sem vontade de fazer as atividades do dia a dia, mesmo as mais simples.
Ansiedade
Os vampiros agem para influenciar de maneira sutil ou reiteradamente a vítima para que ela satisfaça as suas necessidades. No caso daqueles que querem satisfazer seus vícios, eles induzem a pessoa a usar determinada substância.
É o que causa ansiedade e compulsão.
Ideias fixas
O vampirismo também provoca a transmissão de formas-pensamento entre o parasita e sua vítima.
Quando a pessoa está com ideias fixas, pensamentos negativos recorrentes ou algum comportamento obsessivo, deve prestar atenção.
Como o vampirismo é uma forma de sujeição, o obsessor pode estar acoplado psiquicamente na mente do encarnado.
A literatura espírita explica que, muitas vezes, o espírito obsessor pode se afastar por conta própria, quando não mais encontra meios de se alimentar das energias da pessoa que escolheu para esse fim.
“Orai e vigiai”.
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