Extraído do livro: Medium de Sustentação – União Espírita Mineira – 2013 – Cap 3, páginas 7,8 e 9

CONCENTRAÇÃO

E, despedida a multidão, subiu ao monte para orar, à parte. E, chegada já a tarde, estava ali só. (Mateus, 14:23)

A produtividade de uma reunião mediúnica dependerá da harmonização
dos seus integrantes.

Observemos, nesse sentido, a importância da concentração, para que não haja uma queda vibratória, dificultando assim o trabalho a ser realizado.

No Novo Dicionário da Língua Portuguesa, a palavra “concentração” significa “estado de quem se concentra ou absorve num assunto ou matéria”.

Em se tratando de prática de reunião mediúnica, ao conceito se aplica a seguinte delimitação: “concentrar significa reunir num centro. Fazer convergir ou tornar mais denso, mais ativo qualquer ato.

Pode ainda dizer respeito a reunir as forças num ponto determinado, aplicar a atenção em algum assunto: meditar profundamente”.

Nesse sentido, a concentração corresponde à “união de forças”. Em se tratando de concentração mediúnica, podemos afirmar que ela “constitui meio eficaz para se abrirem as portas que facultam o trânsito dos desencarnados, no incessante intercâmbio que documenta a sobrevivência e expressa a validade das aquisições morais intransferíveis”.

Mecanismo da concentração

Todos os que se iniciam nos exercícios de concentração ou de meditação percebem o quanto é difícil controlar os pensamentos e como, com freqüência, ocorre o assalto de pensamentos intrusos, inconvenientes e inoportunos.

Segundo Léon Denis, a concentração consiste em insular-se uma pessoa em
certas horas do dia ou da noite, suspendendo a atividade dos sentidos externos: afastando de si as imagens e ruídos da vida externa, o que é possível fazer mesmo nas condições sociais mais humildes, no meio das ocupações mais vulgares.

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Nesse caso, é necessário “concentrar-se e, na calma e recolhimento do pensamento, fazer um esforço mental para ver e ler no grande livro misterioso o que há em nós, apartando, nesses momentos, de nosso espírito tudo o que é passageiro, terrestre, variável.”

De acordo com Léon Denis, as preocupações de ordem material criam correntes vibratórias horizontais, as quais se transformam em obstáculos às radiações etéreas, e restringem nossas percepções.

A meditação, a contemplação e o esforço constante para o bem e o belo formam, ao contrário, correntes ascensionais, que estabelecem a relação com os planos superiores e facilitam a penetração em nós dos eflúvios divinos.

Por meio da repetição e do prolongamento desse exercício, o ser interno acha-se pouco a pouco iluminado, fecundado, regenerado.

Ainda que seja essa obra de preparação longa e difícil, reclamando às vezes mais de uma existência, segundo o pensador francês, nunca é cedo demais para empreendê-la, não tardando seus bons efeitos a se fazerem sentir.

Ampliando nosso conhecimento sobre o mecanismo da concentração, encontramos nas palavras do espírito Cléofas, esclarecimentos significativos.

Segundo o autor espiritual, ao ser solicitada concentração dos cooperadores, é pedido a eles que as suas mentes sincronizem no dínamo gerador de forças, que é a Divindade, a fim de serem catalisadas as energias mantenedoras do ministério mediúnico.

Assim, a concentração individual é de alta relevância, porque a mente que sintoniza com as idéias superiores vibra em freqüências elevadas, possibilitando, com isso, que a média – resultante das fixações mentais dos membros que constituem o esforço da sessão mediúnica – ofereça os recursos para as realizações programadas

Ao analisar o esforço a ser empreendido pelos integrantes dos grupos mediúnicos, para ser alcançado o objetivo da reunião, André Luiz menciona que existe uma preocupação por parte de muitos estudiosos do Espiritismo acerca do problema da concentração.

Em trabalhos de natureza espiritual, não são poucos os que estabelecem padrão para o aspecto exterior da pessoa concentrada, nem os que exigem determinada atitude corporal ou que esperam resultados rápidos nas atividades dessa ordem.

No livro Os Mensageiros, André Luiz afirma que boa concentração exige
vida reta
, o que só é factível, tendo em vista a implementação da reforma íntima com base na congregação permanente das lições evangélicas recebidas.

Podemos constatar tal ilação, com base no trecho destacado abaixo:

Na esfera dos encarnados, porém, não se notava o mesmo traço de
harmonia. Observava-se apreciável instabilidade de pensamento.

A expectativa ansiosa dos presentes perturbava a corrente vibratória.(…)
Reparamos que alguns irmãos encarnados se mantinham irrequietos, em
demasia. Mormente os mais novos em conhecimentos doutrinários
exibiam enorme irresponsabilidade.

A mente lhes vagava muito longe dos comentários edificantes. Viam-se-lhes, distintamente, as imagens mentais. (…) Muitos estudiosos do Espiritismo se preocupam com o problema da concentração, em trabalhos de natureza espiritual.

Não são poucos os que estabelecem padrão ao aspecto exterior da pessoa
concentrada, os que exigem determinada atitude corporal e os que
esperam resultados rápidos nas atividades dessa ordem.

Entretanto, quem diz concentrar, forçosamente se refere ao ato de congregar alguma coisa. Ora, se os amigos encarnados não tomam a sério as
responsabilidades que lhes dizem respeito, fora dos recintos de prática
espiritista, se, porventura, são cultores da leviandade, da indiferença, do
erro deliberado e incessante, da teimosia, da inobservância interna dos
conselhos de perfeição cedidos a outrem, que poderão concentrar nos
momentos fugazes de serviço espiritual?

Boa concentração exige vida reta.

Para que os nossos pensamentos se congreguem uns aos outros,
fornecendo o potencial de nobre união para o bem, é indispensável o
trabalho preparatório de atividades mentais na meditação de ordem
superior.

A atitude íntima de relaxamento, ante as lições evangélicas
recebidas, não pode conferir ao crente, ou ao cooperador, a
concentração de forças espirituais no serviço de elevação, tão só porque
estes se entreguem, apenas por alguns minutos na semana, a
pensamentos compulsórios de amor cristão.

Como vêem, o assunto é complexo e demanda longas considerações e ensinamentos. Reparei com mais atenção os circunstantes encarnados. Não fosse o devotamento dos colaboradores do nosso plano, tornar-se-ia impossível qualquer proveito concreto.

Essas considerações podem ser relacionadas com a passagem da primeira epístola de João, quando escreve no capítulo 1, versículo 6: “Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos em trevas, mentimos, e não praticamos a verdade.”

Fatores importantes na concentração

No livro Instruções Psicofônicas, André Luiz, no capítulo “Concentração
Mental”, deixa-nos importantes conselhos.

Segundo o autor espiritual, é imprescindível, em se tratando de concentração, não nos esquecermos de que, ao situar a cabeça entre as mãos, cabe-nos “centralizar em semelhante atitude os resultados de nossa vida cotidiana, os pequeninos prêmios adquiridos na regeneração de nós mesmos e as vibrações que estamos espalhando ao longo do nosso caminho.”

Nesse sentido, oferece-nos, de modo despretensioso, alguns “lembretes” importantes na garantia de nossa concentração espiritual.

São eles:

  • Não olvide, fora do santuário de sua fé, o concurso respeitável que compete a você dentro dele;
  • Preserve seus ouvidos contra as tubas de calúnia ou de maledicência;
  • Não empreste seu verbo a palavras indignas, a fim de que as sugestões da Esfera Superior lhe encontrem a boca limpa;
  • Não ceda seus olhos à fixação das faltas alheias ;
  • Cumpra o seu dever cada dia, por mais desagradável ou onstrangedor lhe pareça, reconhecendo que a educação não surge sem disciplina;
  • Não se entregue a cólera ou ao desânimo, à leviandade ou desejos infelizes, para que a sua alma não se converta numa nota desafinada no conjunto harmonioso da oração;
  • Caminhe no clima de otimismo e da boa-vontade para com todos;
  • Não dependure sua imaginação no cinzento cabide da queixa e nem mentalize o mal de ninguém;
  • Aprenda a encontrar tempo para conviver com os bons livros;
  • Cultive o auxílio constante e desinteressado aos outros, porque, no esquecimento do próprio “eu”, você poderá então concentrar as suas energias mentais na prece, de vez que, desse modo, o seu pensamento erguer-se-á, vitorioso, para servir em nome de Deus.

Sendo assim, a boa formação moral dos médiuns e a vivência reta propiciam uma boa concentração e, conseqüentemente, uma melhor
produtividade do grupo.

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1 comentário

Reconciliação - Joanna de Ângelis - Auta de Souza · 26 de julho, 2020 às 12:19

[…] […]

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